Melão amargo ou melão de são Caetano: benefícios e riscos.
O melão amargo é conhecido por conter uma variedade de vitaminas e minerais, o que o torna uma fruta nutritiva. Além disso, ele contém compostos redutores de açúcar no sangue e tem sido tradicionalmente usado por diabéticos por esse motivo.
Continue lendo para saber mais sobre os benefícios potenciais do melão amargo para a saúde e seus principais efeitos adversos.
O que é melão amargo?
Momordica charantia, mais conhecida como melão amargo, cabaça amarga e karolla, é uma planta tropical encontrada principalmente na Ásia, Índia, África Oriental e América do Sul.
Sua fruta, com um sabor extremamente amargo, é usada para cozinhar e também por seu potencial redutor de açúcar no sangue.
O melão amargo é uma fonte rica em vitaminas, incluindo vitaminas A, C, E, B1, B2, B3 e B9. Além disso, ele também contém minerais como potássio, cálcio, zinco, magnésio, fósforo e ferro.
É importante ressaltar que o melão amargo contém vários compostos redutores de açúcar no sangue, como charantin, polipeptídeo-p e vicine.
Reduzindo o açúcar no sangue.
Tanto o melão amargo quanto seu componente polipeptídeo-p baixaram o açúcar no sangue em estudos com animais antigos e testes preliminares em pessoas com diabetes.
Os proponentes afirmam que o melão amargo tem o potencial de ser usado como um substituto menos antigênico para a terapia de insulina convencional em diabéticos.
Em um ensaio clínico com 52 pessoas com risco de desenvolver diabetes, o suco de melão amargo reduziu os níveis de açúcar no sangue em jejum. Em contraste, foi ineficaz em um pequeno ensaio com 5 homens não diabéticos, mas com sobrepeso.
Em um ensaio clínico com 100 pessoas com diabetes moderada (não insulino-dependente), beber uma solução feita de sua polpa baixou o açúcar no sangue antes e depois das refeições.
Uma solução semelhante aumentou o efeito de medicamentos antidiabéticos como a metformina e a glibenclamida em outro estudo com 15 pessoas.
Em outro estudo com 25 pessoas com diabetes tipo 2 não controlada, o melão amargo reduziu o açúcar no sangue após as refeições e melhorou a secreção de insulina. No entanto, foi ineficaz na redução do açúcar no sangue em outro estudo com 40 pessoas com diabetes mal controlado.
Em um ensaio clínico com 42 pessoas com síndrome metabólica, o melão amargo melhorou a condição, reduzindo a resistência à insulina.
Quando comparado aos medicamentos antidiabéticos, o melão amargo foi tão eficaz quanto a rosiglitazona em um estudo com 25 pessoas com diabetes tipo 2, mas menos do que a metformina e a glibenclamida em 2 estudos com mais de 200 pessoas com essa condição.
Curiosamente, foi mais eficaz do que a glibenclamida na prevenção de artérias obstruídas.
Ao todo, as evidências são limitadas, mas sugerem que o melão amargo pode ajudar a reduzir os níveis de açúcar no sangue em pessoas com diabetes leve e não controlado. Você pode discutir com seu médico se isso pode ajudar como um complemento ao seu regime de tratamento atual.
É importante ressaltar que nunca use melão amargo no lugar de medicamentos antidiabéticos comprovados prescritos pelo seu médico.
Provas Insuficientes
Os seguintes benefícios alegados são suportados apenas por estudos clínicos limitados e de baixa qualidade. Não há evidências suficientes para apoiar o uso de melão amargo para qualquer uma das condições listadas abaixo.
Lembre-se de falar com um médico antes de tomar melão amargo e nunca usá-lo como um substituto para terapias médicas aprovadas.
1) Dor
Em um ensaio clínico com 74 pessoas com osteoartrite de joelho, a suplementação com cápsulas de melão amargo reduziu a dor e a necessidade de analgésicos.
Em camundongos e ratos, os extratos de sementes de melão amargo reduziram a dor de maneira semelhante à morfina.
Um único ensaio clínico e algumas pesquisas com animais não podem ser considerados evidências suficientes de que o melão amargo ajuda a aliviar a dor. Ensaios clínicos maiores e mais robustos são necessários para validar esses achados preliminares.
2) Reduzindo os níveis de gordura no sangue
Em um ensaio clínico em mais de 100 pessoas com síndrome metabólica, uma combinação de melão amargo, arroz com fermento vermelho, clorela, soja e extratos de alcaçuz baixou o colesterol total e LDL.
Ratos diabéticos que receberam extratos de melão amargo também mostraram uma diminuição acentuada no colesterol e triglicerídeos no sangue.
Novamente, apenas um ensaio clínico (que testou o melão amargo em combinação com outros extratos de ervas) e algumas pesquisas com animais comprovam esse potencial benefício à saúde. Mais pesquisas clínicas apenas com o melão amargo são necessárias.
Pesquisa Animal e Celular (falta de evidências)
Nenhuma evidência clínica suporta o uso de melão amargo para qualquer uma das condições listadas nesta seção. Abaixo está um resumo da pesquisa existente com base em animais e células, que deve orientar os esforços de investigação adicionais. No entanto, os estudos não devem ser interpretados como suporte de qualquer benefício para a saúde.
Úlceras estomacais
O melão amargo é usado na medicina popular turca para o tratamento de úlceras estomacais. Em ratos, o extrato de melão amargo melhorou e preveniu úlceras causadas por álcool, indometacina e dietilditiocarbamato.
Infecções
As folhas do melão amargo são conhecidos por terem propriedades antimicrobianas contra vários micróbios potencialmente infecciosas tais como E. coli, Staphylococcus, Pseudomonas e Salmonella.
Em estudos com animais, a fruta foi usada para combater a tuberculose e H. pylori, que causa úlceras estomacais.
Em ratos, esfregar o pó de melão amargo nos locais das lesões promoveu a cicatrização de feridas e a regeneração do tecido.
O óleo essencial derivado a partir de sementes de melão amargo foi especialmente ativo contra Staphylococcus aureus, E. coli e Candida albicans.
Sementes de melão amargo contêm proteínas antivirais chamadas MAP30 e alfa-momocharin, duas proteínas que inibem a replicação e infecção do vírus da imunodeficiência humana (HIV) nas células.
Câncer
Abaixo, discutiremos algumas pesquisas preliminares sobre a potencial atividade anticâncer do melão amargo. Observe, no entanto, que muitas substâncias têm efeitos anticancerígenos nas células, incluindo produtos químicos totalmente tóxicos, como alvejante. Isso não significa que eles tenham qualquer valor médico.
Pelo contrário, a maioria das substâncias (naturais ou sintéticas) não passam nos ensaios clínicos adicionais devido à falta de segurança ou eficácia.
O extrato de melão amargo oral preveniu o câncer de pele e aumentou a expectativa de vida em camundongos.
Lectinas isoladas de sementes de melão amargo inibiram a síntese de proteínas e DNA em linfócitos leucêmicos. Da mesma forma, o MAP30 inibiu o crescimento das células cancerosas da linfa.
Coágulos de sangue
O melão amargo contém inibidores de tripsina I e II, duas proteínas que bloqueiam fatores-chave no processo de coagulação do sangue, como XIIa e Xa em tubos de ensaio.
Perda de peso
O melão amargo pode ajudar a perder peso, aumentando a atividade da AMPK , que aumenta o uso de glicose até o seu esgotamento, resultando em aumento da queima de gordura.
Efeitos colaterais
Lembre-se de que o perfil de segurança do melão amargo é relativamente desconhecido, dada a falta de estudos clínicos bem elaborados.
A lista de efeitos colaterais abaixo não é definitiva e você deve consultar seu médico sobre outros efeitos colaterais potenciais com base em sua condição de saúde e possíveis interações com medicamentos ou suplementos.
O melão amargo foi geralmente bem tolerado em ensaios clínicos e causou apenas alguns efeitos adversos leves, como:
- Fezes moles e diarreia
- Nauseá e vomito
- Gás
- Estômago roncando
- Dor no peito
- Incontinência urinaria
- Febre
- Tontura
- Dores de cabeça
Vicine, um composto normalmente encontrado na fava, mas também presente nas sementes de melão amargo, causa uma doença alérgica chamada favismo, na qual os glóbulos vermelhos se rompem. No entanto, nenhum caso de favismo causado por melão amargo foi relatado.
A α-tricosantina com a α-momorcharin, ambas encontradas em sementes de melão amargo, inibiram a gravidez e induziram o término da gravidez precoce em camundongos. Por esse motivo, mulheres grávidas ou estarem tentando engravidar devem evitar o melão amargo.
Em ratos machos, altas doses de extrato de melão amargo danificaram os testículos e reduziram a produção e a mobilidade do esperma, levando à diminuição da fertilidade. Os homens que procuram, ter filhos devem evitar o melão amargo.
As crianças também devem evitar o melão amargo, visto que foi relatado que seus arilos vermelhos causam toxicidade em alguns casos.
Devido aos seus efeitos redutores do açúcar no sangue, o melão amargo pode aumentar os efeitos da medicação antidiabética e fazer com que os níveis de açúcar no sangue caiam muito.
Pessoas que tomam esse tipo de medicamento devem consultar seu médico antes de tomar o melão amargo.
Lectinas de sementes de melão amargo podem não apenas causar intolerância alimentar, mas também reduzir a produção de proteínas no corpo.
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