Ervas e suplementos para ajudar a combater a depressão. 

A depressão é uma condição de saúde mental que afeta milhões de adultos. No entanto, acredita-se que o número real seja muito maior, pois muitas pessoas com depressão não procuram tratamento por vários motivos.

Abaixo estão às cinco classificações de transtornos depressivos, que compartilham características como tristeza, humor irritável, sensação de vazio e alterações cognitivas que afetam o funcionamento: 

• transtorno depressivo maior (TDM) 
• transtorno disruptivo da desregulação do humor 
• transtorno depressivo persistente 
• transtorno disfórico pré-menstrual
• transtorno depressivo devido a outra condição médica 

Os transtornos depressivos são tratados com medicação e psicoterapia. Além disso, modificações no estilo de vida, incluindo fazer mudanças na dieta e tomar certos suplementos, também podem ajudar as pessoas na recuperação e prevenção de recaídas. 

Por exemplo, algumas pesquisas mostram que vitaminas, minerais, ervas e outros compostos específicos podem fornecer benefícios adicionais na melhora dos sintomas depressivos. 

Dito isto, ervas e suplementos alimentares não são monitorados da mesma forma que os medicamentos. Portanto, você nem sempre pode ter certeza do que está recebendo e se é seguro. 

Além disso, são necessários mais estudos para determinar quais suplementos naturais são mais propensos a ajudar na depressão e quais efeitos colaterais eles podem causar. 

Antes de introduzir qualquer suplemento em sua dieta, vale a pena fazer sua pesquisa e discutir com seu médico. Este artigo lista 11 suplementos que podem beneficiar pessoas com depressão. 

Ervas para a depressão. 

Rhodiola (Rhodiola rosea) 

Rhodiola é uma erva ligada a uma variedade de benefícios potenciais para a saúde quando tomada em forma de suplemento. Estes incluem sintomas depressivos reduzidos e uma melhor resposta ao estresse, o que pode ajudar seu corpo a se adaptar a situações estressantes. 

A erva pode exercer efeitos antidepressivos através de sua capacidade de melhorar a comunicação das células nervosas e reduzir a hiperatividade do eixo hipotálamo-hipófise adrenocortical (HPA). 

O eixo HPA é um sistema complexo que regula a resposta ao estresse do seu corpo. Pesquisas sugerem que a hiperatividade do eixo HPA pode estar associada à depressão maior. 

Alguns estudos mostram que a suplementação com rhodiola pode beneficiar aqueles com depressão, afetando o receptor de neurotransmissores e as redes moleculares que podem ter um efeito benéfico no humor. 

Por exemplo, um estudo em 57 pessoas com depressão descobriu que o tratamento com 340 mg de extrato de rhodiola por dia durante 12 semanas levou a reduções clinicamente significativas nos sintomas depressivos. 

Além disso, embora o tratamento com rhodiola tenha sido menos eficaz do que o medicamento antidepressivo sertralina, causou muito menos efeitos colaterais.

Outro estudo descobriu que um suplemento composto de rhodiola e açafrão reduziu significativamente os sintomas de depressão e ansiedade em adultos com depressão leve a moderada após 6 semanas. 

Resumo 

Rhodiola pode ter efeitos benéficos para sintomas depressivos quando usado sozinho ou combinado com açafrão. No entanto, mais estudos são necessários para tirar conclusões robustas. 

Açafrão 

O açafrão é um tempero de cores vivas que contém compostos antioxidantes, incluindo os carotenóides crocina e crocetina. Curiosamente, o açafrão mostrou-se promissor como um tratamento natural para a depressão.

Estudos observaram que aumenta os níveis do neurotransmissor serotonina no cérebro. Embora não se saiba exatamente como esse processo funciona, acredita-se que o açafrão inibe a recaptação da serotonina, mantendo-a no cérebro por mais tempo.

Uma análise de cinco ensaios clínicos randomizados descobriu que a suplementação com açafrão reduziu significativamente os sintomas depressivos em adultos com MDD em comparação com tratamentos com placebo.

Além disso, a revisão descobriu que os suplementos de açafrão eram igualmente eficazes na redução dos sintomas depressivos como medicamentos antidepressivos.

No entanto, os pesquisadores reconheceram que eram necessários ensaios maiores com períodos de acompanhamento mais longos para avaliar melhor a capacidade do açafrão de ajudar a tratar a depressão. 

Resumo 

Os suplementos de açafrão são promissores como tratamento natural para a depressão. No entanto, a pesquisa está em andamento e estudos maiores e mais longos são necessários antes que conclusões fortes possam ser feitas. 

Ácidos gordurosos de ômega-3

As gorduras ômega-3 são gorduras essenciais, o que significa que você precisa obtê-las de sua dieta. Alguns estudos mostram que os suplementos de ômega-3 podem ajudar a tratar a depressão. 

Uma análise de 2020 de ensaios de controle randomizados, incluindo 638 mulheres, descobriu que os suplementos de ácidos graxos ômega-3 melhoraram significativamente os sintomas depressivos em mulheres grávidas e pós-parto. 

No estudo, suplementos com uma proporção maior de ácido eicosapentaenóico (EPA) para ácido docosahexaenóico (DHA) foram particularmente eficazes. EPA e DHA são dois tipos de ácidos graxos ômega-3, ambos comuns em frutos do mar.  

Outra revisão de 26 estudos, incluindo 2.160 participantes, descobriu que os suplementos de ômega-3 exerceram um efeito geral positivo no tratamento de sintomas depressivos. 

Especificamente, os pesquisadores concluíram que as formulações de ômega-3 que continham 60% ou mais de EPA em uma dose de 1 grama, ou menos por dia eram mais eficazes. 

Embora esses achados sejam promissores, outros estudos observaram resultados mistos. Por exemplo, um estudo de 2019 descobriu que os suplementos de ômega-3 não reduziram os sintomas depressivos em crianças e adolescentes com MDD.

No geral, os suplementos de ômega-3 são bem tolerados e uma adição saudável à sua dieta se não tiver peixes gordurosos. Eles também podem ajudar a tratar a depressão em certas populações. No entanto, mais pesquisas são necessárias. 

Resumo 

Suplementos de ômega-3 podem ajudar a tratar a depressão em certas populações, mas são necessárias mais pesquisas. 

NAC (N-acetilcisteína) 

NAC é um precursor dos aminoácidos L-cisteína e glutationa. A glutationa é considerada um dos antioxidantes mais importantes em seu corpo e é fundamental para regular a inflamação e proteger as células contra danos oxidativos. 

Foi demonstrado que tomar NAC oferece vários benefícios à saúde, incluindo aumentar os níveis de glutationa do seu corpo.

Pesquisas mostram que pessoas com depressão são mais propensas a ter níveis mais altos de citocinas inflamatórias, como proteína C reativa, interleucina-6 e fator de necrose tumoral alfa. Tomar NAC pode ajudar a reduzir a inflamação e aliviar os sintomas depressivos.

Além disso, o NAC pode melhorar a desregulação dos neurotransmissores em pessoas com distúrbios psiquiátricos. A desregulação de neurotransmissores como dopamina e glutamato pode estar associada a transtornos de humor e esquizofrenia, entre outras condições. 

Finalmente, uma revisão de 2016 de cinco estudos concluiu que o tratamento com NAC reduziu significativamente os sintomas depressivos e melhorou o funcionamento em pessoas com depressão em comparação com tratamentos com placebo. Além disso, os suplementos de NAC foram seguros e bem tolerados.

Acredita-se que doses de 2 a 2,4 gramas por dia ajudem a tratar condições de saúde mental como depressão.

Resumo 

Os suplementos de NAC podem reduzir os sintomas depressivos e melhorar o funcionamento em pessoas com depressão. 

Vitamina D. 

A vitamina D é um nutriente crítico que desempenha vários papéis essenciais em seu corpo. Infelizmente, muitas pessoas não têm níveis suficientes de vitamina D, incluindo pessoas com depressão. 

Pesquisas mostram que as pessoas com depressão são mais propensas a ter baixa ou deficiência de vitamina D.

Aqueles com a doença tendem a ter níveis mais baixos de vitamina D do que a população em geral, e pessoas com níveis mais baixos tendem a ter os sintomas depressivos mais significativos.

A vitamina D pode combater a depressão através de vários mecanismos, incluindo reduzir a inflamação, regular o humor e proteger contra a disfunção neuro-cognitiva. 

Uma revisão de 2019 de quatro ensaios clínicos randomizados descobriu que os suplementos de vitamina D levaram a benefícios clínicos em pessoas com depressão maior.

Além disso, um estudo de 2020 em pessoas com depressão que eram deficientes em vitamina D descobriu que receber uma única injeção de 300.000 UI de vitamina D junto com o tratamento habitual melhorou significativamente os sintomas depressivos, a qualidade de vida e a gravidade da doença.

No entanto, uma revisão de 61 estudos em 2020 concluiu que, embora os níveis de vitamina D estejam relacionados a sintomas depressivos e os suplementos possam ajudar, são necessárias mais evidências antes que a vitamina D possa ser recomendada como tratamento universal para a depressão.

Resumo 

Estudos mostram que os suplementos de vitamina D podem beneficiar pessoas com depressão. No entanto, mais pesquisas são necessárias antes que possa ser prescrito como um tratamento padrão para a depressão. 

Vitaminas B 

As vitaminas B desempenham papéis importantes na função neurológica e na regulação do humor. Vitaminas B, incluindo folato, B12 e B6, são necessárias para a produção e regulação de neurotransmissores como serotonina, ácido gama-aminobutírico (GABA) e dopamina. 

Pesquisas mostram que deficiências de vitamina B12 e folato podem aumentar o risco de depressão, e a suplementação com esses nutrientes pode ajudar a reduzir os sintomas depressivos em certas populações. 

Por exemplo, suplementos de folato podem reduzir os sintomas de depressão resistente ao tratamento em crianças e adultos que têm uma mutação genética que afeta o metabolismo do folato. 

A suplementação com vitamina B12 também demonstrou reduzir os sintomas depressivos em pessoas com TDM quando usada juntamente com medicamentos antidepressivos.

Uma revisão de 2020 também sugeriu que tomar suplementos de vitamina B12 precocemente pode retardar o início da depressão e melhorar os efeitos dos medicamentos antidepressivos. 

A vitamina B6 também melhora os sintomas depressivos quando usada em combinação com outros nutrientes, incluindo triptofano e uma forma de vitamina B3 chamada nicotinamida. 

Resumo 

As deficiências de vitamina B estão ligadas a um risco aumentado de depressão. Vitaminas B, como folato e vitaminas B6 e B12, podem ajudar a tratar a depressão. 

Zinco 

O zinco é um mineral essencial para a saúde do cérebro e a regulação das vias dos neurotransmissores. Também possui propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.

A deficiência de zinco está fortemente ligada a um risco aumentado de depressão e gravidade dos sintomas de depressão.

Uma análise de 17 estudos observacionais descobriu que os níveis de zinco no sangue eram cerca de 0,12 µg/mL mais baixos em pessoas com depressão do que naquelas sem a doença. O estudo também associou uma maior deficiência de zinco com maiores sintomas depressivos. 

Da mesma forma, uma revisão que incluiu quatro estudos de controle randomizados descobriu que, quando os participantes tomaram suplementos de zinco juntamente com seus medicamentos antidepressivos, eles experimentaram sintomas depressivos significativamente reduzidos. 

Resumo 

O zinco é essencial para a função cerebral, e uma deficiência desse nutriente pode aumentar o risco de depressão. Além disso, a suplementação com zinco pode reduzir os sintomas depressivos quando usado junto com medicamentos antidepressivos. 

S-adenosilmetionina (SAMe) 

SAMe é um composto contendo enxofre que se mostrou promissor no tratamento da depressão. É encontrado naturalmente em seu corpo e desempenha papéis importantes no funcionamento do cérebro. 

Uma revisão de 2020 de oito estudos descobriu que o SAMe, quando usado sozinho ou com medicamentos antidepressivos , melhorou os sintomas depressivos em pessoas com TDM. As doses diárias variaram de 200 a 3.200 mg, enquanto o tempo de tratamento variou de 2 a 12 semanas. 

Erva de São João. 

Erva de São João é uma erva popular que se mostrou promissora na redução dos sintomas em pessoas com depressão. 

Uma revisão de 35 estudos em 2016 descobriu que o tratamento com erva de São João reduziu os sintomas em pessoas com depressão leve a moderada. No entanto, o suplemento não se mostrou eficaz no tratamento da depressão grave.

Como muitas outras ervas, a Erva de São João tem o potencial de interagir com medicamentos comumente usados. É importante ressaltar que a erva pode interagir severamente com alguns medicamentos antidepressivos, levando a efeitos colaterais potencialmente fatais. 

Magnésio

O magnésio é um mineral importante que pode beneficiar pessoas com depressão. A deficiência de magnésio é comum entre pessoas com depressão, e pesquisas mostram que a suplementação pode reduzir os sintomas depressivos. 

Um estudo randomizado em 126 pessoas com depressão leve a moderada descobriu que tomar 248 mg de magnésio por dia durante 6 semanas melhorou significativamente os sintomas depressivos em comparação com um placebo. 

Creatina 

A creatina é um ácido orgânico que desempenha um papel importante na manutenção da energia cerebral, entre outras funções. Acredita-se que níveis alterados de energia cerebral estejam envolvidos no desenvolvimento da depressão. 

Alguns estudos sugerem que a suplementação com 2 a 10 gramas de creatina por dia pode reduzir os sintomas em pessoas com MDD. 

Resumo 

Embora SAMe, Erva de São João, magnésio e creatina possam ajudar a reduzir os sintomas depressivos, mais pesquisas são necessárias. Esses suplementos são naturais, mas ainda podem interagir com outras drogas. Converse com seu médico antes de adicioná-los à sua dieta. 

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