DPOC e câncer de pulmão: qual é a relação?  

A doença pulmonar obstrutiva crônica, um grupo de doenças que inclui o enfisema e a bronquite crônica, é um fator de risco significativo para o câncer de pulmão. Às duas condições tornam a respiração mais difícil e podem reduzir a qualidade de vida. 

De acordo com um artigo de revisão de 2012, cerca de 1% das pessoas com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) desenvolvem câncer de pulmão a cada ano. 

No entanto, o efeito da DPOC e do câncer de pulmão, simultâneos na expectativa de vida é incerto. Estudo de 2018 envolvendo 110 pessoas com câncer de pulmão de pequenas células, 57 das quais também tinham DPOC, descobriram que ter ambas as condições não afetaram a sobrevivência. 

No entanto, outra pesquisa descobriu que ter DPOC pode piorar a perspectiva de uma pessoa com câncer de pulmão. 

O que diz a pesquisa? 

A pesquisa mostra consistentemente uma ligação clara entre a DPOC e o câncer de pulmão. Pessoas com DPOC são mais propensas a desenvolver câncer de pulmão, e pessoas com câncer de pulmão são mais propensas a desenvolver DPOC. 

Os pesquisadores não entendem completamente porque às duas doenças têm uma associação tão forte, mas acreditam que vários fatores interagem entre si para aumentar o risco de câncer de pulmão em pessoas com DPOC. 

Fumar é um fator de risco significativo para ambas as condições. A maioria das pessoas com DPOC fumou em algum momento de suas vidas, embora as mulheres que não fumam sejam mais propensas do que os homens não fumantes a desenvolver DPOC. 

Os pesquisadores desenvolveram várias outras teorias para tentar explicar a ligação entre às duas condições. Eles incluem: 

Danos pulmonares relacionados à DPOC: A DPOC danifica significativamente os pulmões e os danos pioram progressivamente com o tempo. Esse dano pode aumentar o risco de câncer de pulmão, aumentando a probabilidade de crescimento celular anormal.

O risco de câncer de pulmão é maior mesmo entre pessoas com enfisema que nunca fumaram, apontando para o papel dos danos pulmonares. 

Suscetibilidade genética: Algumas pessoas podem ser geneticamente mais vulneráveis à fumaça do cigarro. Os pesquisadores identificaram vários genes que podem aumentar o risco de DPOC ou câncer de pulmão em pessoas que fumam.

Inflamação: A pesquisa liga a inflamação pulmonar crônica à DPOC e ao câncer de pulmão. A DPOC inflama ainda mais os pulmões, aumentando potencialmente o risco de câncer. O processo de reparo que a inflamação desencadeia pode aumentar o risco de DPOC e câncer. 

Apesar dessa ligação clara, muitas pessoas com DPOC desconhecem sua maior vulnerabilidade ao câncer de pulmão. 

Estudo de 40 pessoas com DPOC descobriu que muitos dos participantes não estavam cientes que estavam em maior risco de câncer. A maioria dos participantes atribuiu mudanças em seus sintomas à DPOC, em vez de buscar exames de câncer de pulmão. Pessoas com DPOC devem relatar quaisquer alterações nos sintomas ao seu médico. 

O câncer de pulmão é mais tratável nos estágios iniciais. Mesmo as pessoas com câncer terminal podem viver mais com o tratamento precoce.

Portanto, a falta de conhecimento da relação DPOC-câncer de pulmão pode encurtar a vida de pessoas com distúrbios respiratórios crônicos. Além disso, os sintomas da DPOC podem camuflar os sintomas do câncer de pulmão, dificultando o diagnóstico precoce. 

Fatores de risco.

O fator de risco mais importante para DPOC e câncer de pulmão é o tabagismo. 

As pessoas que fumaram muito ao longo de suas vidas enfrentam o maior risco. Parar de fumar em qualquer idade reduz o risco de câncer, e o risco de câncer continua a cair enquanto a pessoa evita os cigarros. Mesmo as pessoas que já têm DPOC podem prolongar suas vidas e melhorar sua qualidade de vida ao parar de fumar. 

Alguns fatores de risco adicionais de câncer de pulmão entre pessoas com DPOC incluem: 

• ter mais de 60 anos 
• uma história de exposição ao tabaco 
• um baixo índice de massa corporal ( IMC ) 
• ter fumado por mais de 60 anos-maço, o que equivale a fumar 20 cigarros por dia durante 1 ano 

As pessoas que apresentam sintomas respiratórios novos ou agravados também podem estar em risco. Aqueles com DPOC não devem presumir que tosse, dificuldade em respirar, inchaço, expectoração incomum ou sintomas semelhantes sejam o resultado da DPOC. Exames médicos regulares podem ajudar as pessoas com DPOC a obter um diagnóstico imediato de câncer de pulmão. 

A alta taxa de mortalidade entre as pessoas que têm DPOC e câncer de pulmão significa que os exames de câncer são muito mais importantes em pessoas com DPOC do que naquelas sem o distúrbio. 

Panorama 

A DPOC é uma doença crônica que piora com o tempo. Pessoas com DPOC que não morrem de outra doença geralmente morrem de DPOC. No entanto, com diagnóstico precoce e tratamento adequado, as pessoas podem viver por muitos anos com DPOC. 

O câncer de pulmão pode encurtar a vida de uma pessoa com DPOC e quase sempre prejudica a qualidade de vida. 

Embora o câncer de pulmão possa ser fatal, a detecção precoce salva, vidas. A taxa geral de sobrevida em 5 anos para câncer de pulmão é de 18,6%, mas esse número sobe para 56% quando um médico detecta câncer de pulmão antes que ele tenha se mudado para outras áreas do corpo.

Portanto, uma pessoa com DPOC pode viver muitos anos, mesmo com câncer de pulmão, se procurar tratamento imediato. Como os sintomas da DPOC podem ser difíceis de distinguir dos sintomas da DPOC, é importante que as pessoas com qualquer uma das condições procurem o atendimento de seu médico, que pode monitorar seus sintomas e progressão. 

Conclusão

A DPOC e o câncer de pulmão são condições graves que geralmente são fatais. No entanto, uma pessoa nunca deve permitir que o medo a impeça de buscar diagnóstico e tratamento. O tratamento médico imediato dará às pessoas com qualquer uma das doenças uma chance melhor de uma vida mais longa e saudável. 

Mesmo com uma doença terminal, o plano de tratamento correto pode ajudar uma pessoa a viver mais anos com maior qualidade de vida.

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