Caras durões podem estar em risco alto de suicídio?
Homens jovens que acreditam que “homens de verdade não choram” podem ser mais propensos ao suicídio, sugere um novo estudo.
Há muito se sabe que os homens têm mais probabilidade do que as mulheres de acabar com suas próprias vidas.
As estatísticas levantam a questão de saber se as normas tradicionais sobre masculinidade podem desempenhar algum papel.
Faz sentido que essas expectativas de homens “masculinos” — que incluem negar emoções, não buscar ajuda e agressividade – possam contribuir para o risco de suicídio.
Para começar a investigar, sua equipe usou dados de um estudo de saúde que começou a rastrear mais de 20 700 adolescentes em 1995. Em 2014, 22 deles haviam morrido por suicídio – todos, exceto um deles homens.
Os pesquisadores descobriram que os jovens que pontuaram na faixa da “alta masculinidade tradicional” tinham 2,4 vezes mais chances de morrer por suicídio do que outros homens.
Essa medida foi baseada em características como “não chorar”, uma resistência a ser “emocional” ou “mal-humorada”, manter-se em boa forma física e “correr riscos”.
Porque os homens que lutam por essas normas correm maior risco de suicídio?
Os resultados sugerem que pode haver uma “teia” indireta de influências.
Homens que eram ricos em masculinidade tradicional também eram mais propensos em sua juventude a usar uma arma, a serem expulsos da escola ou em brigas sérias, ou a fugir de casa.
Eles também eram mais propensos do que outros homens a ter um membro da família que havia morrido por suicídio.
E todos esses fatores, por sua vez, estavam relacionados a um maior risco de suicídio.
Isso sugere que crenças sobre normas masculinas podem fazer parte do que está por trás desses outros fatores de risco para o suicídio.
Portanto, se essas crenças pudessem ser abordadas, seria possível influenciar várias coisas que conduzem ao risco de suicídio dos homens.
È comum que os homens tenham um “estilo de enfrentamento rígido” geralmente – onde reagem a situações como perda de emprego ou perda de relacionamento de maneira não saudável, em vez de procurar ajuda.
Eles precisam saber não há problema em entrar em contato e aceitar ajuda.
Não entre naquele lugar míope onde você começa a se afastar das conexões com os outros.
No entanto, apenas uma associação foi vista, e não um vínculo de causa e efeito. As descobertas se baseiam em um pequeno número de mortes por suicídio, e são necessários mais estudos para respaldar os resultados.
As descobertas, ocorrem em meio a uma crescente taxa de suicídios. Um estudo de 2019, por exemplo, encontrou um aumento de 41% na taxa de suicídio entre 1999 e 2016.
As mortes por suicídio revelam apenas parte do problema, no entanto.
Um estudo recente constatou que em apenas um ano – 2017 a 2018 – o número pessoas que chegam à sala de emergência para obter ajuda com pensamentos suicidas aumentou em mais de 25%.
Ele disse que os homens têm taxas de mortalidade muito mais altas que as mulheres porque tendem a usar meios mais letais quando tentam suicídio.
Este estudo começa a questionar:
Alguns homens são mais propensos do que outros a tentar o suicídio por meios violentos?
Não está claro como, individualmente, os profissionais de saúde mental poderiam usar as informações para ajudar pacientes do sexo masculino.
Por outro lado, os resultados apontam para questões amplas a serem abordadas.
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